Como melhorar a autoestima?
Essa é uma pergunta que, provavelmente, já passou pela cabeça de grande parte dos brasileiros. Afinal, dados do Panorama da Saúde Mental, divulgados em agosto de 2023 pelo Instituto Cactus, mostram que no Brasil 70% da população sente insegurança não só quanto à aparência, mas também quanto ao conhecimento – ou seja, sentem-se pouco inteligentes.
Além disso, somos o país onde mais se faz cirurgias plásticas no mundo.
Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), são, em média, 1,5 milhões de procedimentos anualmente. Ou seja, é preciso ficar alerta.
Pois falar sobre autoestima é, também, falar sobre saúde mental
Como explica a psicóloga do Zen App, Maíra Bergo “a autoestima é um conjunto de sentimentos e pensamentos do indivíduo sobre seu próprio valor, competência e adequação”. Sendo assim, a sua ausência ou a baixa autoestima podem, sim, afetar a saúde mental de algumas maneiras.
Afinal, quando a autoestima está baixa pode acontecer de:
- Você deixar de fazer algo por vergonha de você ou do que os outros vão pensar;
- Ter dificuldade ou medo de tomar decisões e, por isso, se auto sabotar;
- Cobrar-se em excesso e ter a sensação de que nada que faz é suficiente, ou seja, cair na síndrome do impostor;
- Acreditar no que os outros dizem a seu respeito e, assim, se tornar suscetível a relacionamentos abusivos (amorosos ou não);
Esses são apenas alguns exemplos de uma lista extensa. Em comum, a longo prazo, normalmente os comportamentos podem levar à ansiedade ou a depressão. Por isso, é tão importante entender o que de fato é a autoestima e saber como cuidar da sua.
Para além do senso comum
No imaginário popular, muitas vezes a autoestima está ligada à aparência.
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Para uma mulher ter autoestima seria, portanto, usar maquiagem e ir ao salão de beleza com frequência. Mas, a verdade é que o conceito é mais profundo e comportamentos como esses não necessariamente significam uma boa autoestima.
“No senso comum, costumamos ligar a autoestima à aparência física. O que não deixa de ser uma verdade, mas não a partir de um olhar de julgamento (…) Quando falamos de autoestima sobre aparência física estamos, na verdade, falando da autovalorização. Se nos sentimos bem ou não com aquele corpo, por exemplo. E esse não é o único fator que envolve a autoestima”, explica a psicóloga.
De acordo com ela, três conceitos estão interligados e são fundamentais para essa construção da autoestima:
1. Autovalorização
Segundo Maíra, a autovalorização também está ligada às questões físicas como o quanto nos sentimos bem com nosso corpo. Mas esse não é o único fator, também deve-se considerar a capacidade de se dar valor de modo geral e perceber, por exemplo, que você merece respeito, amor e admiração.
2. Autoconhecimento
Quanto você conhece sobre si mesmo e entende suas motivações? Às vezes, deixamos nossas percepções sobre nós mesmos se contaminarem sobre o que os outros dizem e o impacto na autoestima é uma certeza.
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3. Autoconfiança
Seguindo essa lógica, ter autoconfiança é o conjunto das duas coisas. Quanto mais você se conhece e sabe seu valor, mais fácil é ter convicção de ser capaz de fazer ou realizar o que é necessário.
A junção desses três elementos é a autoestima que precisamos desenvolver.
Mas como, então, criar autoestima?
Para Maíra, o autoconhecimento está intrinsecamente ligado à autoestima. Sendo assim, o primeiro passo seria se conhecer melhor.
“Há um caminho a ser percorrido nessa construção. E ele se inicia pelo autoconhecimento. Para que eu me valorize, antes de mais nada é preciso saber quem sou”. Aqui, ela explica que esse conhecimento precisa ser a partir de uma visão real e holística de si mesmo que envolve:
- Ter ciência da história da sua vida e como ela impacta a construção da sua personalidade;
- Entender de onde vem às emoções e crenças;
- Saber identificar o porquê dos próprios comportamentos;
Tudo isso te fará mais confortável e confiante sobre si mesmo. Mas, para chegar a esse ponto pode ser necessário revisitar a linha do tempo da sua história e entender a origem de certos pontos.
“Pode parecer óbvio, mas muitas vezes a gente não tem consciência… é preciso entender quais pontos fizeram você ser quem é hoje. Isso, muitas vezes, muda a forma como olhamos para nós mesmos”.
Autoestima em construção
Se acaso você quer melhorar a sua autoestima, ou até mesmo construí-la, esses são alguns pontos que devem ser considerados. Não tente mudar comportamentos de acordo com o que ouve dizer que é autoestima.
Para de fato ser uma mudança, comece de dentro.
No Zen App, o programa “Autoestima em construção” aborda toda essa jornada, em detalhes, junto à psicóloga Maíra Bergo. Para ouvir, é só clicar aqui.